O tema que vamos revisitar nesse texto é de forte pungência para pensar a história do país, o genocídio continuado dos povos indígenas que por muitas vezes é ignorado e tem a sua denúncia silenciada, segue em curso. O que desejo desenvolver neste texto, será diferente do último, pois tenho a intenção de fazer apontamentos quanto ao atual cenário, as várias investidas do atual governo e as manutenções das ações da ditadura.
Utilizo o termo genocídio continuado pois é o que melhor define o crime existente nesse território, hoje conhecido como Brasil. O genocídio indígena tem seu início em 1500 com as invasões portuguesas e ao longo do tempo teve diversas formas e responsáveis, passando pelo período colonial, imperial e republicano. É de extrema importância demarcar que mesmo nos períodos supostamente democráticos da nossa república o genocídio executado contra os povos indígenas não cessou.
Não existe um só período nesses 522 anos em que as políticas genocidas não estiveram em curso. Podemos perceber que as invasões em terras indígenas se tornam política de estado. Importante ressaltar que temos muitos períodos em que essas invasões com o objetivo de construir hidrelétricas, praticar garimpo ilegal e desmatamento ocorrem com apoio e proteção estatal a aqueles que protagonizam as invasões. Instituições como o IBAMA e a Polícia Federal apresentam diversas denúncias de servidores perseguidos que tentam cumprir o seu papel de agir frente às investidas em TIs.
Temos agora em curso as tentativas desse Estado genocida que se aproveita da pandemia de COVID-19 para negar o acesso dos povos indígenas à água potável e à vacina. Outros crimes como a entrada não autorizada em Terra Indígena com alto risco de contaminação pelo vírus também é cometida pelo atual governo. Esses fatores fazem parte desse projeto genocida que é protagonizado e alimentado pelo Estado brasileiro, que conta com muitos personagens, como o garimpo e o agronegócio.
Como havia apresentado anteriormente, o objetivo desse texto é fazer apontamentos quanto ao nosso atual cenário, tendo como base as ações da ditadura. Quanto às manutenções, podemos perceber que elas se estendem tanto ao discurso quanto às políticas de estado. No ano de 2018, em campanha para o Palácio do Planalto, o então deputado federal Jair Bolsonaro, que sempre se apresentou como entusiasta da ditadura civil militar (1964-1985) e admirador de torturadores, já anunciava que se eleito não demarcaria um centímetro quadrado de terra indígena. Cumpriu a promessa e não demarcou e sempre esteve a favor de políticas e projetos que iam contra os povos indígenas. O projeto genocida atualmente encabeçado pelo presidente do país une diversas faces do racismo anti-indígena, ações coloniais e imperialistas que na persona do militarismo brasileiro abraça o genocídio cometido pelos golpistas que até hoje não assumiram e não se desculparam.
As investidas contra os povos indígenas são muitas, dentre os projetos de lei que se mostram muito perigosos, o PL 191/2020 regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas e o PL 490/2007 que cria um marco temporal e limita a demarcação de terras indígenas somente as que eram habitadas por povos indígenas em 1988, ignorando que no período muitas terras indígenas estavam invadidas por fazendeiros e garimpeiros.
Entre os dias 04 e 14 de abril de 2022 ocorreu a décima oitava edição do Acampamento Terra Livre, que contou com a presença de mais de 7.000 mil indígenas de 200 povos. Com o título ”Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política” a mensagem é data, da necessidade de uma maior presença indígena na política brasileira e uma total transformação nas orientações que guiam nosso país. É uma luta de resistência e existência.
Fontes:
BRASIL. 1º Relatório do Comitê Estadual da Verdade. Comitê da Verdade do Amazonas. O genocídio do povo Waimiri-Atroari. RCEV 2012. Disponível em http://www.dhnet.org.br/verdade/resistencia/a_pdf/r_cv_am_waimiri_atroari.pdf >
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório. Volume II. Violações de direitos humanos dos povos indígenas. Brasília: CNV, 2014. Disponível em < http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/>
CARVALHO, José Porfírio F. de. Breve histórico sobre a BR 174 e os índios Waimiri Atroari. Programa Waimiri Atroari. 2001. Disponível em < https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/WTD00134.pdf>
CARVALHO, José Porfírio F. de. Waimiri Atroari: a história que ainda não foi contada. Brasília, df: s. ed. 1982. Disponível em < https://acervo.socioambiental.org/acervo/livros/waimiri-atroari-historia-que-ainda-nao-foi-contada>
VALENTE, Rubens. Os fuzis e as flechas: História de sangue e resistência indígena na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. 518pp. 2017.
O tema que vamos revisitar nesse texto é de forte pungência para pensar a história do país, o genocídio continuado dos povos indígenas que por muitas vezes é ignorado e tem a sua denúncia silenciada, segue em curso. O que desejo desenvolver neste texto, será diferente do último, pois tenho a intenção de fazer apontamentos quanto ao atual cenário, as várias investidas do atual governo e as manutenções das ações da ditadura.
Utilizo o termo genocídio continuado pois é o que melhor define o crime existente nesse território, hoje conhecido como Brasil. O genocídio indígena tem seu início em 1500 com as invasões portuguesas e ao longo do tempo teve diversas formas e responsáveis, passando pelo período colonial, imperial e republicano. É de extrema importância demarcar que mesmo nos períodos supostamente democráticos da nossa república o genocídio executado contra os povos indígenas não cessou.
Não existe um só período nesses 522 anos em que as políticas genocidas não estiveram em curso. Podemos perceber que as invasões em terras indígenas se tornam política de estado. Importante ressaltar que temos muitos períodos em que essas invasões com o objetivo de construir hidrelétricas, praticar garimpo ilegal e desmatamento ocorrem com apoio e proteção estatal a aqueles que protagonizam as invasões. Instituições como o IBAMA e a Polícia Federal apresentam diversas denúncias de servidores perseguidos que tentam cumprir o seu papel de agir frente às investidas em TIs.
Temos agora em curso as tentativas desse Estado genocida que se aproveita da pandemia de COVID-19 para negar o acesso dos povos indígenas à água potável e à vacina. Outros crimes como a entrada não autorizada em Terra Indígena com alto risco de contaminação pelo vírus também é cometida pelo atual governo. Esses fatores fazem parte desse projeto genocida que é protagonizado e alimentado pelo Estado brasileiro, que conta com muitos personagens, como o garimpo e o agronegócio.
Como havia apresentado anteriormente, o objetivo desse texto é fazer apontamentos quanto ao nosso atual cenário, tendo como base as ações da ditadura. Quanto às manutenções, podemos perceber que elas se estendem tanto ao discurso quanto às políticas de estado. No ano de 2018, em campanha para o Palácio do Planalto, o então deputado federal Jair Bolsonaro, que sempre se apresentou como entusiasta da ditadura civil militar (1964-1985) e admirador de torturadores, já anunciava que se eleito não demarcaria um centímetro quadrado de terra indígena. Cumpriu a promessa e não demarcou e sempre esteve a favor de políticas e projetos que iam contra os povos indígenas. O projeto genocida atualmente encabeçado pelo presidente do país une diversas faces do racismo anti-indígena, ações coloniais e imperialistas que na persona do militarismo brasileiro abraça o genocídio cometido pelos golpistas que até hoje não assumiram e não se desculparam.
As investidas contra os povos indígenas são muitas, dentre os projetos de lei que se mostram muito perigosos, o PL 191/2020 regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas e o PL 490/2007 que cria um marco temporal e limita a demarcação de terras indígenas somente as que eram habitadas por povos indígenas em 1988, ignorando que no período muitas terras indígenas estavam invadidas por fazendeiros e garimpeiros.
Entre os dias 04 e 14 de abril de 2022 ocorreu a décima oitava edição do Acampamento Terra Livre, que contou com a presença de mais de 7.000 mil indígenas de 200 povos. Com o título ”Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política” a mensagem é data, da necessidade de uma maior presença indígena na política brasileira e uma total transformação nas orientações que guiam nosso país. É uma luta de resistência e existência.
O tema que vamos revisitar nesse texto é de forte pungência para pensar a história do país, o genocídio continuado dos povos indígenas que por muitas vezes é ignorado e tem a sua denúncia silenciada, segue em curso. O que desejo desenvolver neste texto, será diferente do último, pois tenho a intenção de fazer apontamentos quanto ao atual cenário, as várias investidas do atual governo e as manutenções das ações da ditadura.
Utilizo o termo genocídio continuado pois é o que melhor define o crime existente nesse território, hoje conhecido como Brasil. O genocídio indígena tem seu início em 1500 com as invasões portuguesas e ao longo do tempo teve diversas formas e responsáveis, passando pelo período colonial, imperial e republicano. É de extrema importância demarcar que mesmo nos períodos supostamente democráticos da nossa república o genocídio executado contra os povos indígenas não cessou.
Não existe um só período nesses 522 anos em que as políticas genocidas não estiveram em curso. Podemos perceber que as invasões em terras indígenas se tornam política de estado. Importante ressaltar que temos muitos períodos em que essas invasões com o objetivo de construir hidrelétricas, praticar garimpo ilegal e desmatamento ocorrem com apoio e proteção estatal a aqueles que protagonizam as invasões. Instituições como o IBAMA e a Polícia Federal apresentam diversas denúncias de servidores perseguidos que tentam cumprir o seu papel de agir frente às investidas em TIs.
Temos agora em curso as tentativas desse Estado genocida que se aproveita da pandemia de COVID-19 para negar o acesso dos povos indígenas à água potável e à vacina. Outros crimes como a entrada não autorizada em Terra Indígena com alto risco de contaminação pelo vírus também é cometida pelo atual governo. Esses fatores fazem parte desse projeto genocida que é protagonizado e alimentado pelo Estado brasileiro, que conta com muitos personagens, como o garimpo e o agronegócio.
Como havia apresentado anteriormente, o objetivo desse texto é fazer apontamentos quanto ao nosso atual cenário, tendo como base as ações da ditadura. Quanto às manutenções, podemos perceber que elas se estendem tanto ao discurso quanto às políticas de estado. No ano de 2018, em campanha para o Palácio do Planalto, o então deputado federal Jair Bolsonaro, que sempre se apresentou como entusiasta da ditadura civil militar (1964-1985) e admirador de torturadores, já anunciava que se eleito não demarcaria um centímetro quadrado de terra indígena. Cumpriu a promessa e não demarcou e sempre esteve a favor de políticas e projetos que iam contra os povos indígenas. O projeto genocida atualmente encabeçado pelo presidente do país une diversas faces do racismo anti-indígena, ações coloniais e imperialistas que na persona do militarismo brasileiro abraça o genocídio cometido pelos golpistas que até hoje não assumiram e não se desculparam.
As investidas contra os povos indígenas são muitas, dentre os projetos de lei que se mostram muito perigosos, o PL 191/2020 regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas indígenas e o PL 490/2007 que cria um marco temporal e limita a demarcação de terras indígenas somente as que eram habitadas por povos indígenas em 1988, ignorando que no período muitas terras indígenas estavam invadidas por fazendeiros e garimpeiros.
Entre os dias 04 e 14 de abril de 2022 ocorreu a décima oitava edição do Acampamento Terra Livre, que contou com a presença de mais de 7.000 mil indígenas de 200 povos. Com o título ”Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política” a mensagem é data, da necessidade de uma maior presença indígena na política brasileira e uma total transformação nas orientações que guiam nosso país. É uma luta de resistência e existência.
Fontes:
BRASIL. 1º Relatório do Comitê Estadual da Verdade. Comitê da Verdade do Amazonas. O genocídio do povo Waimiri-Atroari. RCEV 2012. Disponível em http://www.dhnet.org.br/verdade/resistencia/a_pdf/r_cv_am_waimiri_atroari.pdf >
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório. Volume II. Violações de direitos humanos dos povos indígenas. Brasília: CNV, 2014. Disponível em < http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/>
CARVALHO, José Porfírio F. de. Breve histórico sobre a BR 174 e os índios Waimiri Atroari. Programa Waimiri Atroari. 2001. Disponível em < https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/WTD00134.pdf>
CARVALHO, José Porfírio F. de. Waimiri Atroari: a história que ainda não foi contada. Brasília, df: s. ed. 1982. Disponível em < https://acervo.socioambiental.org/acervo/livros/waimiri-atroari-historia-que-ainda-nao-foi-contada>
VALENTE, Rubens. Os fuzis e as flechas: História de sangue e resistência indígena na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. 518pp. 2017.
Escrito por Nathanael Pereira, estudante de História.
Comments