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Foto do escritorMemória e Ditadura nas escolas do DF

1 de Abril - Início da ditadura militar

Hoje completa 58 anos que os militares invadiram o poder. Um conjunto de eventos ocorridos entre 31 de março até 1 de abril culminou no fim do governo de João Bechior Marques Goulart, conhecido como Jango, que acabou tendo seu cargo de presidente usurpado pelos militares. É no primeiro dia de abril de 1964 que se iniciou a ditadura militar, período de forte vigilância, repressão e graves violações de direitos humanos, que perdurou por 21 anos, acabando em 1985 com a eleição de Tancredo Neves.

O dia conhecido como dia de mentira seria palco de um conflito político que marcaria a sociedade brasileira. Na madrugada do dia 31 de março de 1964, os militares ameaçavam fortemente aqueles que eles diziam serem apoiadores do golpe comunista, com isso João Goulart, em busca de segurança, viajou no dia primeiro de abril do Rio de Janeiro para Brasília e em seguida para Porto Alegre, onde tentava promover uma resistência, mas acaba desistindo do confronto militar contra os golpistas e antes mesmo de se exilar, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou vaga a presidência da República.

E então, como previsto na Constituição de 1946, quem assumiu o cargo foi o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. Mas como a pressão militar estava fortemente presente, o poder estaria verdadeiramente nas mãos dos militares. Algo nítido no dia 2 de abril, em que foi organizado o “Comando Supremo da Revolução”, composto por três membros, Francisco Melo, Augusto Rademaker e o general Artur da Costa e Silva, essa junta permaneceria no poder por duas semanas, para comandar as medidas políticas.

Desde o início do golpe, o estado já apresentava uma violenta repressão e a caça a movimentos políticos de esquerda foi notória. Milhares de pessoas foram presas de modo irregular, com a prerrogativa de serem líderes comunistas. Muitos foram torturados, exilados e mortos. E tudo isso ocorria enquanto uma narrativa era criada, onde os militares propagavam que o objetivo era restaurar a disciplina e principalmente deter a ameaça comunistas.

É por isso que o dia da mentira, marcou a história política do Brasil, por mais sarcástico que seja, um golpe da mentira, que seus líderes atacaram um inimigo invisível, propagando um golpe para supostamente acabar com outro golpe. O Brasil teve por 21 anos sua história manchada por sangue, no qual os militares com apoio de uma parcela da classe social mais alta ditaram as regras sem que o povo pudesse ter voz.



Retirado de: memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/Arquivo Nacional


Bibliografia

1º de abril de 1964: golpe de Estado é golpe, ditadura é ditadura. Instituto humanitas unisinos, 2019. Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/587996-1-de-abril-de-1964-golpe-de-estado-e-golpe-ditadura-e-ditadura. Acesso em: 22, março 2022

CASTRO, Celso. O golpe de 1964 e a instauração do regime militar. FGV CPDOC. Disponível em:https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/Golpe1964. Acesso em: 22, março 2022

CAPUCHINHO, Cristiane. 31 de março ou 1° de abril: Dia do golpe é motivo de disputa. UOL, 2014. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/noticias/2014/03/27/31-de-marco-ou-1-de-abril-dia-do-golpe-e-motivo-de-disputa-ideologica.htm. Acesso em: 22, março 2022


FILHO, Gilvandro. Ditadura do 1º de abril: o festejo da insanidade política. FUP, 2019. Disponível em:https://fup.org.br/ditadura-do-1-de-abril-o-festejo-da-insanidade-politica/. Acesso em: 22, março 2022


Escrito por Nicolle Guimarães, estudante de História

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